Prefácios e entrevistas |  |
Prefácios e entrevistas é o último volume das Obras Completas organizadas por Monteiro Lobato em meados dos anos 1940 e traz exatamente o que o título indica. São prefácios selecionados por ele entre os inúmeros escritos para todo tipo de livros, fosse de políticos, poetas, amigos, conhecidos ou admiradores em busca do prestígio que uma apresentação do escritor lhes proporcionaria.
Eles precedem as entrevistas concedidas aos jornais e revistas que o procuravam para obter declarações sobre os mais diversos assuntos. Suas idéias, análises e reflexões estavam presentes nos periódicos do país inteiro. E como Lobato não se intimidava em dizer o que pensava, acabou por se transformar em porta-voz dos sentimentos e expectativas do povo sob a ditadura de Getúlio Vargas, quando a censura à imprensa fazia calar o mais destemido dos cidadãos. |
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Críticas e outras notas |  |
Críticas e outras notas é tido como um dos títulos de Monteiro Lobato para o público adulto mais bem cuidados e foi lançado em 1965. Trazendo uma amostra significativa de sua atividade como crítico de artes plásticas e literatura, o diferencial deste volume está na indicação de datas e origem dos artigos, além de esclarecimentos sobre fatos e pessoas que aparecem ao longo das suas páginas. Novidades literárias do Brasil, Chile, Uruguai e Argentina, história de São Paulo e salões de arte, nada do universo cultural da virada para os anos 1920 escapa neste livro ao olhar incisivo e à pena afiada do escritor. |
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América |  |
Lançado em 1932, América foi escrito após a primeira e única viagem de Monteiro Lobato aos Estados Unidos, quando trabalhou como adido comercial junto ao consulado brasileiro de Nova Iorque. Estrangeiro na terra do Tio Sam entre 1927 e 1930, Lobato revela neste livro suas impressões sobre aquela sociedade de nível econômico e cultural que ele queria ver reproduzido ao Brasil.
Feminismo, robótica, cinema, desenho animado e o papel das universidades e bibliotecas na formação da cidadania. Estes são alguns dos assuntos abordados nas páginas de América. Ao mesmo tempo, Lobato alerta sobre os riscos do consumismo excessivo e do capital volátil da bolsa de valores responsável pelo crash de 1929. Observador privilegiado, ele viu de perto a crise do sistema financeiro e sofreu na pele suas consequências. |
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Literatura do Minarete |  |
Literatura do Minarete cobre o período de 1900 a 1904, quando Monteiro Lobato dividia com Ricardo Gonçalves e Godofredo Rangel, entre outros colegas do curso de Direito, a república do Minarete, um casarão localizado no bairro paulistano do Belenzinho. São textos da mocidade que revelam um escritor ainda em fase de amadurecimento, mas cujo estilo claro e direto já contém os traços da irreverência e ironia que marcariam toda a sua obra. |
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Mundo da Lua |  |
Mundo da lua recupera escritos de uma fase em que o jovem Monteiro Lobato vivia com a cabeça cheia de sonhos e utopias. Ao longo de suas páginas, encontramos impressões da juventude, a que o autor acrescentou alguns textos posteriores. Reunindo no início dos anos 1920 o que achou de mais significativo de um velho diário prestes a ser destruído, Lobato publicou neste livro esquetes, descrições de paisagens, flagrantes do cotidiano, esboços e opiniões soltas sobre os mais diversos temas, além de fortes manifestações de revolta e inconformismo típicas da mocidade. |
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Na antevéspera |  |
Na antevéspera oferece ao leitor amostra significativa do estilo fluente e coloquial de Monteiro Lobato. Incluindo um conjunto de artigos pinçados de dois matutinos cariocas dos quais foi colaborador, acrescidos de alguns textos dos anos 1940 e dois do período de estudante, apresenta um verdadeiro retrato de conjuntura ao registrar o impacto dos acontecimentos políticos no dia-a-dia dos cidadãos. Suas páginas refletem o clima das ruas e o estado de espírito da população brasileira em uma fase especialmente conturbada da vida nacional. |
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O Saci Pererê: resultado de um inquérito |  |
Este livro permaneceu fora da bibliografia de Monteiro Lobato e longe do alcance dos leitores por mais de oito décadas. Lançado em 1918, reunindo depoimentos sobre o mito mais popular no país, não foi incluído por seu autor nas Obras Completas publicadas em 1946. Nascido de uma investigação pioneira para estabelecer os conteúdos lendários e comportamentais do saci na perspectiva dos leitores de jornal, ao aplicar uma técnica de coleta de dados inédita, Lobato revitalizou o folclore e a cultura popular, trazendo para o centro dos debates a questão do desenraizamento que afetava boa parte da nossa intelectualidade. |
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Mister Slang e o Brasil |  |
Lançado em 1927, Mr. Slang e o Brasil saiu originalmente na forma de folhetim em O Jornal e traz os diálogos entre um morador do Rio de Janeiro e um velho filósofo de origem inglesa, que vai tecendo críticas às práticas da administração pública e gestão da economia durante bate-papos, passeios e partidas de xadrez. Mr. Slang, que no fundo exprime as opiniões de Monteiro Lobato, ataca os desmandos do presidente Artur Bernardes, cujo mandato chegava ao fim, dando verdadeiras aulas de sociologia e política ao seu interlocutor carioca. |
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Idéias de Jeca Tatu |  |
Com uma gama diversificada de temas, que vai das artes plásticas à literatura, estética e mitologia, passando por uma originalíssima reflexão sobre a guerra, Idéias de Jeca Tatu tem como fio condutor a denúncia dos modismos culturais importados do Velho Continente e a defesa intransigente da brasilidade. Lançado em 1919 na esteira do sucesso de Urupês, este livro enfeixa textos sempre provocativos, a maioria dos quais publicados na grande imprensa da época. |
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A onda verde |  |
Lançado em 1921 com o subtítulo “Jornalismo”, A onda verde traz um leque diversificado de temas da produção de Monteiro Lobato na imprensa e reúne artigos que tem como mote o café, entre outros assuntos como literatura, cinema e futebol. O volume que a Editora Globo traz a público tem como base a edição organizada pelo escritor em meados dos anos 1940 para suas Obras Completas. |
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O presidente negro |  |
Único romance para adultos, lançado em 1926, traz fortes componentes de ficção científica e aborda temas polêmicos como racismo e segregação. Com uma surpreendente capacidade de desvendar o futuro, Monteiro Lobato prevê o advento da internet e a hegemonia da China, quando aquele país era quase feudal. Agregando imaginação e humor, nele o escritor expressa suas opiniões e fantasias sobre os EUA, onde viveria entre 1927 e 1930.
Para além de uma fábula futurista, O presidente negro reafirma o talento visionário de Lobato e volta às livrarias no ano em que uma mulher branca e um negro concorrem à indicação do Partido Democrata. Salta aos olhos a coincidência da trama envolvendo os personagens Jim Roy e Evelyn Astor , candidatos à presidência em 2228, com a disputa entre Barack Obama e Hillary Clinton nas eleições norte-americanas. |
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O macaco que se fez homem |  |
Com uma única edição, lançada em 1923, O macaco que se fez homem traz dez contos que reverberam as qualidades de observação afiada e o humorismo típicos de Monteiro Lobato. Os costumes brasileiros são fotografados com agudo senso crítico em textos saborosos que expõe, sem indulgência, os defeitos e os aspectos anedóticos dos seus personagens e da sociedade do início do século XX. Neste livro, as virtudes de Lobato como estudioso implacável dos hábitos da nossa gente apuram-se e ampliam-se. |
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Negrinha |  |
Negrinha é um livro de contos realistas lançado em 1920, com personagens que representam a população brasileira das décadas iniciais do século XX. Nele Lobato revela uma terra onde o poder é exercido arbitrariamente pelos coronéis e expõe a mentalidade escravocrata que persiste décadas depois da Abolição. Estão retratados em suas páginas tipos tão diversos quanto um fazendeiro falido, o jardineiro que faz poesia das flores, a viúva cruel, uma criança negra maltratada e o gramático ranzinza. |
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Cidades Mortas |  |
Publicado pela primeira vez em 1919, Cidades mortas reúne contos escritos por Monteiro Lobato na juventude, ao lado de outros posteriores, numa crítica ácida e bem humorada aos costumes provincianos dos povoados do interior. Os textos deste volume prendem o leitor da primeira à última página, compondo um retrato vivo da decadência dos lugarejos bafejados no passado pela prosperidade da economia cafeeira. |
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Urupês |  |
Lançado em 1918, Urupês sacudiu o ambiente literário do país, despertando no grande público o gosto pela leitura. Excepcional contador de histórias, Monteiro Lobato descreve o caboclo na sua dimensão humana, em uma narrativa clara e direta, com o sabor da terra. Além de antecipar uma postura ecológica ao defender o meio ambiente, denunciando as queimadas, neste livro o escritor dá vida a Jeca Tatu, personagem símbolo que suscitou acalorados debates na imprensa da época. Reunindo 14 contos, esta obra é considerada um clássico da literatura brasileira. |